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La Havana, 2015. No coração do povo a paz já estava feita. |
A chamada
Doutrina Monroe foi anunciada pelo presidente estado-unidense James Monroe
(1817 a 1825) em sua mensagem ao Congresso em 2 de dezembro de
1823. O seu pensamento consistia em três pontos:
- a não
criação de novas colônias nas Américas;
- a não
intervenção nos assuntos internos dos países americanos;
- a não
intervenção dos Estados Unidos em conflitos relacionados aos países europeus
como guerras entre estes países e suas colônias.
Por uma
parte era uma advertência política aos países europeus para evitarem novas
aventuras colonialistas no novo continente, resumida na famosa frase América
para os americanos. Mas, por outra parte, na época do faroeste em que os
governos e exércitos estado-unidenses expandiam suas fronteiras em direção ao
Oceano Pacífico, arrasando com as terras e as vidas das populações indígenas, a
nascente potência do norte queria cobrir suas costas.
E por isso,
já no século 20, a doutrina Monroe ficou vinculada com a ideia de Estados
Unidos de achar a América Latina como seu próprio quintal (el patio trasero) , adjudicando-se o direito de atuar nela como se fosse território escriturado a seu favor e, conseqüentemente, a invadir, matar, conspirar,
derrubar governos, botar presidentes e ministros, tudo em ordem a garantir sua
segurança territorial e proteger seus interesses econômicos.
Quase 200
anos depois de James Monroe, a frase América para os americanos parece mudar de
significado. O presidente Barack Obama acaba de anunciar que o próximo 20 de
julho Estados Unidos y Cuba reabrirão suas respectivas embaixadas em La Havana e
Washington, deixando para trás
54 anos sem relacionamentos. "Líderes
em toda América expressaram seu apoio a esta política” ressaltou Obama e
solicitou ao Congresso de seu país o levantamento do embargo econômico à ilha
caribenha, argumentando: "somos
vizinhos e agora podemos ser amigos".
Chega ao fim um absurdo e longo
conflito que condicionou os relacionamentos entre Estados Unidos e muitos dos
demais países americanos e de muitos de estes países entre si. Não é um acontecimento menor para os povos do continente. Junto com o processo de negociação que levam adiante o governo da Colômbia e os guerrilheiros das FARC para acabar com um devastador conflito estendido por mais de 60 anos o restabelecimento das relações entre Cuba e Estados Unidos, apagando um permanente foco de tensão, será um grande aporte à paz no continente, condição necessária para o desenvolvimento da vida cotidiana dos povos e do processo pessoal de evolução das pessoas.
Aos poucos,
mesmo nos solavancos das crises e a contramão dos setores reacionários
vectores de uma energia obsoleta, América vai entrelaçando bandeiras, misturando etnias e culturas, caminhando em direção a uma
ampla, poderosa e bela unidade para se converter na prática numa América para
todos os americanos q
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