Importan dos maneras de concebir el mundo:
una, salvarse solo,
empujar ciegamente a los demás de la balsa.
La otra, es un destino de salvarse con todos,
comprometer la vida hasta el último náufrago...
- Armando Tejada Gomez -
Com o marco inédito e impactante da Praça São Pedro totalmente vazia, o Papa Francisco entregou no Vaticano sua misa e suas mensagens avaliando a pandemia que assola ao mundo, suas conseqüências e a esperança de atravessar a implacável e letal tempestade que ainda muitos humanos hesitam, perplexos, em aceitar.
Estas são as principais reflexões de Francisco. Quem queira ouvir que ouça:
- Há semanas, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Nos vimos amedrontados e perdidos.
- A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade.
- Com a tempestade, cai o nosso “ego”, sempre preocupado com a própria imagem, e vem à tona a abençoada pertença comum que não podemos ignorar: a pertença como irmãos.
- Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente.
- O Senhor nos chama a viver este tempo de provação como um tempo de decisão: o tempo de escolher o que conta e o que passa, de separar aquilo que é necessário daquilo que não é. O tempo de reajustar a rota da vida rumo ao Senhor e aos outros.
- E aí está o exemplo de pessoas que doaram a sua vida e estão escrevendo hoje os momentos decisivos da nossa história. Não são pessoas famosas, mas são “médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.
- A tempestade nos mostra que não somos autossuficientes, que sozinhos afundamos. Por isso, devemos convidar Jesus a embarcar em nossas vidas. Com Ele a bordo, não naufragamos, porque esta é a força de Deus: transformar em bem tudo o que nos acontece, inclusive as coisas negativas. Com Deus, a vida jamais morre.
- Estes mesmos sentimentos, porém, nos fizeram entender que estamos todos no mesmo barco, chamados a remar juntos.
- Em meio à tempestade, o Senhor nos interpela e pede que nos despertemos. Temos uma âncora: na sua cruz fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor.
- Abraçar a sua cruz, significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de onipotência e posse, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar.
- Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé e que liberta do medo.
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