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O acesso à energia é um dos temas
que serão debatidos na Rio+20, encontro que, vale a penar lembrar, não tratará apenas questões do meio ambiente. O eixo tem mais a ver com o social, a fome e direitos humanos básicos, num mundo que começa a levar mais a sério o quesito da sustentabilidade. No tema da energia é bom sinalizar que a ONU estima que ainda viva sem eletricidade um quinto da população mundial. E para essa carência a lâmpada pet pode resultar uma boa resposta.
Tudo começou quando, em 1975, Moser trabalhava como mecânico em uma empresa
de telecomunicações em Brasília e ficou assustado com a notícia da queda de um
avião. “A gente ficava se questionando se
acontecesse com a gente, como daríamos sinal para o resgate. Nosso chefe, na
época, disse para colocar água num vidro e colocar na direção do sol. O calor
colocaria fogo no capim, fazendo sinal”, relembrou.
Com essa "lente
improvisada" na cabeça, o mecânico teve a chance de usar a dica na
prática, mais de duas décadas depois, quando surgiu o risco de um apagão no
Brasil. “Fiquei apavorado com aquela
notícia. Daí resolvi usar minha ideia, mas com garrafas de plástico. Adicionei
água limpa, duas tampinhas de água sanitária, peguei um pedaço de filme de
máquina fotográfica para proteger a tampinha da garrafa do sol, coloquei no
telhado, e pronto”, disse.
Segundo o inventor, as lâmpadas são
ideais para serem usadas durante o dia nos cômodos menos iluminados. “Em um
corredor que é escuro ou um banheiro, nem precisa acender a luz. Acende e apaga
sozinha”, disse.
Os vizinhos adotaram a ideia também.
Até um supermercado do bairro usa garrafas plásticas para iluminar o ambiente. Além
de ajudar o meio ambiente, a iniciativa gera economia para o usuário.
A ideia de Moser foi adotada pela
MyShelter Foundation, que ainda este ano pretende chegar à marca de 1 milhão
das lâmpadas de Moser instaladas nas Filipinas (foto acima). Somente na capital daquele
país, Manila, a organização estima que haja 3 milhões de casas sem energia
elétrica.
Por depender da luz solar, o
dispositivo não ilumina à noite. Mas para famílias pobres, das quais muitas
vivem em favelas em que um barraco está grudado em outro, sem janelas, ter mais
luz durante o dia já é de grande ajuda.
Outro lugar distante onde a invenção
de Moser está servindo para iluminar casas de famílias carentes é Nairóbi, no
Quênia. Em Korogocho, uma região de favela, uma organização está instalando as
garrafas desde o ano passado. Foi um morador dessa área, o jovem
Matayo Korogocho, quem viu no YouTube um vídeo que mostra a invenção do
mecânico mineiro. Ele cresceu numa casa em que não havia dinheiro sequer para
comprar querosene para iluminação mas agora todos os cômodos estão iluminados com a lâmpada brasileira.
|Via G1
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