Os latino-americanos estão cada vez mais apaixonados por suas bicicletas. E as
bicicletas estão cada vez mais adaptadas à idiossincrasia dos
latino-americanos. Ante as horas intermináveis desperdiçadas no trânsito (de 2 a 5 horas por dia), engarrafamentos de até 300km, transportes públicos deficientes e em meio à busca por uma vida
mais saudável, o uso da magrela de duas rodas vem se impondo com força crescente
nas principais cidades da região.
Até alguns
anos atrás, as bicicletas eram ícones indiscutíveis de cidades europeias como
Amsterdã, Copenhague e Barcelona. Mas agora elas abrem caminho entre carrinhos
de comida, parques e ruas que, embora nem sempre sejam próprias para as
pedaladas, são as paisagens típicas das ruas latino-americanas.
Não é para
menos. Os deslocamentos de bicicleta aliviam os problemas das cidades da
segunda região mais urbanizada do mundo. Estimadas 450 milhões de pessoas vivem
nas cidades da América Latina, e a maioria delas enfrenta diariamente os
engarrafamentos e a poluição atmosférica decorrentes da motorização crescente:
70% das emissões de CO2 das grandes cidades provém de carros e motos.
As bicicletas
têm presença forte nas cidades da região. A América Latina já tem 12 cidades
que contam com uma rede de mais de 12.000 bicicletas públicas, ajudando a
incrementar seu uso.
Mas o
cenário difere dependendo de onde se olha. Enquanto cidades como Bogotá e Rio
de Janeiro contam com o recorde de quilômetros de ciclovias, não existem redes
institucionalizadas na maioria dos países da América Central. Este é um panorama
regional:
Rio de
Janeiro: com o sistema Bike, mais de 5,6 milhões de deslocamentos já foram
feitos em bicicleta no Rio, segundo dados da Secretaria Municipal do Meio
Ambiente, o que significa uma economia de mais de 2.000 toneladas de CO2. A
população, no entanto, está assustada com a onda de ataques a ciclistas e cobra
mais segurança das autoridades. Um dos episódios mais marcantes foi a morte do
cardiologista Jaime Gold, de 57 anos, atacado a facadas na Lagoa Rodrigo de
Freitas, um dos cartões postais da cidade maravilhosa.
São Paulo:
Apesar dos recentes entraves na Justiça, a cidade de São Paulo inaugura no
próximo dia 28 a ciclovia da avenida Paulista, o que é considerado uma vitória
por movimentos de ciclo-ativistas. De acordo com a Companhia de Engenharia de
Tráfego (CET), a administração municipal atual inaugurou 233,9 km de ciclovias
desde junho de 2014 - a meta é alcançar 400 km até o final da gestão. Além do
sistema de locação de bikes, a capital paulista conta ainda com ciclofaixas de
lazer aos domingo e feriados nacionais, das 7h às 16h.
Rosario: desde 2010 leva adiante a campanha Todos en bici!, parte de seu Plano
Integral de Mobilidade, que não apenas vem motivando seus habitantes a pedalar
como procura criar as condições para que cada vez mais pessoas se animem a
fazê-lo. Hoje a rede de ciclovias cobre cerca de 100 km, abrangendo ciclovias,
bicisendas e espaços compartilhados. Há também um sistema de bicicletas
públicas integradas com os ônibus e parquímetros da cidade, usando o mesmo
bilhete de pagamento automático.
Cidade do México: segundo dados do governo
do Distrito Federal, 54% dos usuários do Ecobici, o sistema de bicicletas
compartilhadas da capital mexicana, substituíram outro meio de transporte pela
bicicleta. O sistema cobre cerca de 35 km2 e é usado por mais de 100.000
pessoas de segunda a domingo.
América
Central: apesar de existirem poucas iniciativas, Cártago, a leste de San José
de Costa Rica, será a primeira cidade centro-americana com sistema de
bicicletas públicas; calcula-se que o sistema terá 12 estações. Na Cidade da
Guatemala foi criado o programa Pasos y Pedales para que os moradores curtam
bicicletas, skates e outras atividades recreativas em um trecho das principais
avenidas da cidade, aos domingos.
Bogotá: a
ciclovia de Bogotá existe há mais de 40 anos e serviu de inspiração a mais de
200 cidades do mundo. Ela também é considerada a mais extensa da América
Latina, segundo dados da Prefeitura.
Montevidéu: a capital uruguaia já conta com Moyete, o sistema de aluguel
público de bicicleta, com oito estações. E tem 33km de circuitos que podem ser
cobertos de bicicleta, compostos por ciclovias, ruas e bicisendas.
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