Com a crise econômica que atravessa Brasil, 57% dos
brasileiros alteraram seus hábitos de compra, segundo pesquisa realizada pela
CNI (Confederação Nacional da Indústria), em junho de 2015. Hoje o índice pode estar um pouco pior. E reduzir o consumo
pode ser difícil para quem nunca pensou nisso, mas quem já é adepto de um
estilo de vida mais simples tem enfrentado o atual momento econômico sem grandes traumas. A seguir veja três histórias de quem
adotou o consumo consciente.
● Fernanda Marinho, 35 (gerente de
projetos)
"A virada para ter uma vida
mais simples aconteceu em 2012, quando voltei a viver com minha família e
percebi que tinha coisas demais para colocar em um quarto minúsculo. Como
sempre economizei muito, guardava tudo, tinha até roupas de quando era
adolescente. Uma das minhas melhores amigas e eu começamos a ler sobre adotar
um estilo de vida mais simples. Além da economia, o minimalismo reduz o tempo
gasto à toa.
Meu marido e eu temos uma casa simples de limpar, por exemplo.
Consumir menos reduz o estresse, hoje tenho uma vida muito mais tranquila. A
crise não me atingiu. Tenho sorte de não ter perdido o emprego, é claro, mas,
mesmo com tudo mais caro, não me preocupo, porque consumo muito pouco. Não
tenho TV a cabo, não tenho dívidas. Não se trata apenas de comprar menos, mas
também de ser consciente. Não é preciso tirar todas as alegrias da vida, mas,
sim, o que está sobrando".
● Camilo Bracarense, 36 (designer)
"Sempre me incomodei com a
ideia de que é preciso ter um patrimônio para ser bem-sucedido. Minha mulher,
Rúbia, e eu morávamos no Paraná quando nossa filha, Manu, nasceu. Aos cinco
meses, ela já estava na creche, enquanto nós passávamos o dia no trabalho. Foi
muito difícil perder tudo o que ela fazia pela primeira vez. Decidimos mudar
isso. Em julho de 2013, deixei meu emprego, procurei frilas (trabalhos free lance) e conheci pessoas
que buscavam consumir conscientemente. Voltamos a viver em Minas Gerais em
janeiro de 2014. Viramos vegetarianos e fizemos uma horta que provê boa parte
da nossa alimentação.
Somos mais livres, temos mais tempo com a família. Nossa
criatividade aumentou e os pensamentos positivos também, porque o consumo
consciente faz reduzir as expectativas. Até os relacionamentos ficaram mais
saudáveis. Financeiramente, a crise não nos atingiu. Nossas necessidades são pequenas,
ganhamos e doamos coisas, e a Manu tem poucos brinquedos. Se a gente quiser
sobreviver nesse planeta, vamos precisar mudar, gerar menos lixo, saber
aproveitar melhor a água. Mudar é difícil, é dolorido, mas é preciso".
● Elisangela Silva Souza, 28 (consultora de TI)
"Em 2012, entendi como os
conceitos de minimalismo, simplicidade voluntária e vida simples faziam sentido
para mim. A primeira atitude que tomei foi repensar tudo o que consumia, onde
colocava minha energia e minhas motivações. Venho de uma família pobre, não ter
muitas coisas era comum até os meus 18 anos. Até comida faltou na nossa mesa.
Quando conheci o minimalismo, essa fase já havia sido superada. Mas, com o
primeiro trabalho registrado e os novos ambientes, passei a receber
novas referências que me pediam uma adequação para ser aceita. Passei a querer
ter coisas para ser parte de um grupo ou para me sentir bem.
Quando mudei minha
relação com dinheiro, autoestima, status e consumo, minha situação financeira começou
a melhorar. Fiquei um ano sem comprar roupas ou itens pessoais, direcionando
meu dinheiro para realizar sonhos. Planejei meu casamento sozinha e fiz minha
primeira viagem internacional. Desde que comecei a ter consciência do impacto
que o consumo causa -não só na minha vida, mas no mundo-, tenho vivido muito
melhor. Assumo que tenho o poder de mudar, pelo menos um pouco, a parte da
cadeia produtiva que explora e destrói, e faço isso consumindo menos. O consumo
consciente não é bom só para o bolso, é bom para nossa liberdade de escolha e
para o mundo que nos cerca".q
* Por Andrezza Czech (via Uol Mulher)
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