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Reykjavik, a capital da Islândia é a cidade grande mais sustentável do mundo.
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O Movimento Cidades em Transição, que busca
retirar o petróleo da vida urbana e promover economias municipais, acredita que
não existe um modelo único de transição, nem que tenha encontrado todas as
respostas para resolver o problema da escassez do petróleo e do aquecimento
global.
As iniciativas de transição são um exemplo do princípio de se pensar globalmente e agir localmente. Através do fortalecimento da comunidade e do redesenho de espaços, ações, interações e relações, essas iniciativas criam um processo promissor que engaja pessoas, comunidades e instituições para, juntas, pensarem e implementarem as ações necessárias – de curto, médio e longo prazo – para fazer frente aos desafios atuais como: as mudanças climáticas, o pico do petróleo, a crise econômica, entre outros.
A idéia é que cada sociedade use a criatividade para fazer a mudança.Para as grandes cidades, a alternativa de fazer a transição pelos
bairros, reforçando o comércio regional, tem bons resultados. Por exemplo, Bristol, no sudoeste da Inglaterra
apostou nessa perspectiva. Com mais de 400 mil habitantes, a cidade foi
"dividida" em 12 partes. Cada uma delas está procurando achar sua
própria solução.
Rob Hopkins, iniciador e teórico do movimento, acredita que cada
experiência vai servir de inspiração para novas ações e iniciativas.
Não existe um calendário coletivo para a conclusão
dessa transição entre a economia do petróleo global e a economia sustentável
local. Cada cidade tem o seu. Totnes, no Sul da Inglaterra, considerada o berço
do movimento, espera concluir sua jornada em 2030. Na linha do tempo traçada
pelo movimento, quando a tarefa for concluída muito dos hábitos e costumes da
cidade terão sido modificados. As pessoas deverão consumir produtos locais e a
dieta será baseada muito mais em vegetais do que na carne.
Também as escolas passarão
a preparar as crianças para as reais demandas da época: cozinhar, construir
casas a partir de materiais naturais como adobe e barro e a fazer jardinagem. Os conceitos de sustentabilidade e resiliência, que é a capacidade que um
sistema possui de resistir a choques externos, passarão definitivamente a fazer
parte do currículo. O transporte público ganha espaço e andar de carro será sinônimo
de comportamento anti-social.
Para orientar cidades interessadas em aderir ao movimento,
Rob Hopkins, organizou Os 12 passos para a transição. Eles estão no
seu livro The Transition Hand Book (Livro de
Bolso da Transição, em uma tradução livre). Os 12 passos são:
1. ... Formar
grupos na sociedade para discutir possíveis ações para diminuir o consumo de
energia na sociedade. Temas como importação de alimentos, energia, educação,
moeda local, urbanismo e transporte. É importante que o sucesso coletivo seja
colocado acima dos interesses pessoais. Deve haver um representante para cada
grupo.
2. ... Identificar
possíveis alianças e construir networks. Preparar a sociedade em geral para
falar das conseqüências do fim da era do petróleo barato e sobre aquecimento
global. Palestras com especialistas e mostras de filmes como The End of
Suburbia, Crude Awakening, Power of Community têm
sido muito eficientes. Esses filmes se encontram para download no website www.transitiontowns.org.
3. ... Incorporar
idéias de outras organizações e iniciativas já existentes.
4. ... Organizar
o lançamento do movimento. Isso pode ocorrer entre seis meses e um ano após o passo número um.
5. ... Formar
subgrupos que vão olhar para suas regiões específicas e imaginar como a
sociedade pode se tornar resiliente, ou seja, ser auto-suficiente e capaz de
suportar choques externos, como a falta do petróleo.
6. ... Fazer
eventos em espaços abertos. É importante que a sociedade perceba o movimento e queira fazer parte dele.
7. ... Realizar atividades que requerem ação. Em Totnes, por exemplo, foi decidido que as árvores frutíferas poderiam trazer benefícios para a cidade. Houve um mutirão para fazer o plantio de mudas de castanheiras.
8. ... Recuperar a hábitos perdidos como fazer concertos públicos, cozinhar, fazer jardinagem, cultivar hortas e andar de bicicleta.
9. ... Construir
bom relacionamento com governo local.
10. ... Escutar os mais velhos. As pessoas que viveram entre 1930 e 1960, época em que o petróleo ainda não era tão importante, podem ter muito a ensinar.
11. ... Não manipular o processo de transição para essa ou aquela tendência. O papel do movimento não é levar todas as respostas, mas deixar que a população encontre meios para a transição. O movimento deve ser um grande catalisador de idéias.
12.... Criar um plano de ação para reduzir o consumo de energia da cidade. Cada grupo mostra o que foi decidido para cada área antes de colocá-las em prática.q
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