Inimigos viram sócios e compadres

sábado, 15 de abril de 2017


O amor é a única força capaz 
de transformar um inimigo em amigo. 
-Martin Luther King-

Orlando Ordoñez e Néstor Orlando Garzón já foram inimigos na guerra civil da Colômbia. Hoje, o ex-guerrilheiro das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o ex-militar colombiano são compadres e também sócios em um negócio. Eles contratam desmobilizados das diferentes guerrilhas do país, ex-paramilitares, vítimas e civis. Todos trabalham juntos na Remapaz (Recuperação do Meio Ambiente pela Paz), que recicla pneus usados, transformando-os em mobília, objetos de decoração e até em brinquedos.

A amizade inusitada começou com um cartão de visita entregue em 2005. Ordoñez e Garzón contam como foi o encontro no aeroporto de Medellín, em uma missão de inteligência do Exército colombiano, mudou a vida dos dois.

"Parte do meu trabalho como militar era abordar pessoas da guerrilha. Entreguei o meu cartão a ele e pedi que me ligasse para conversarmos. Mas ele só me ligou um tempo depois", disse Garzón, hoje militar aposentado do Exército colombiano e padrinho do filho de Ordoñez.

"Eu era um militante ativo das Farc, e aquele cartão que ele me deu no aeroporto despertou a minha curiosidade. Acabei telefonando, perguntando o que ele queria comigo. Nos encontramos em Bogotá, onde ele tentou me convencer a me desmobilizar antes de ser capturado", contou o ex-guerrilheiro. "A conversa com ele, naquela época, me fez pensar."

Jogo de jardim fabricado na Remapaz.
Quando decidiu abandonar a guerrilha depois de 15 anos nas Farc, Ordoñez telefonou para Garzón pedindo ajuda para se entregar. A decisão foi tomada meses depois do encontro no aeroporto, quando decidiu que não participaria de atos violentos, como os sequestros promovidos pelas Farc.

"Estava muito desconfiado, preocupado e assustado. E ele me acompanhou no processo até as autoridades", disse o ex-guerrilheiro. Ordoñez foi investigado pela Procuradoria e integrado ao programa governamental para desmobilização. "O que eu havia feito de ilegal era o porte de armas e o uso de uniformes privativos das forças militares colombianas", contou Ordoñez, que nega ter participado de sequestros e assassinatos.

A Remapaz não é a primeira empreitada dos amigos nos negócios. O primeiro empreendimento do ex-guerrilheiro e do ex-militar, assim que Garzón se aposentou, depois de mais de 20 anos de serviço, foi um campo de paintball --agora as armas tinham tintas. A empreitada durou dois anos.

"Nos demos conta de que poderíamos fazer algo significativo para o país e mostrar que a reconciliação era possível, eu mostraria da parte ilegal, e ele, da legal", diz Ordoñez.

Trator de brinquedo feito com pneus.
A dupla manteve a amizade, mas cada um foi para um lado: o ex-guerrilheiro acabou trabalhando como caminhoneiro de uma petrolífera, e o ex-militar em uma empresa privada de inteligência militar.

Trabalhando com o caminhão, Ordoñez se deu conta de que não havia um destino certo para os pneus usados --iam parar em canteiros, descartados sem qualquer cuidado com o meio ambiente e levam 600 anos para se decompor. E daí surgiu a ideia de reaproveitar o material, apesar das críticas de parentes e amigos, que achavam a aposta no negócio uma loucura.

A Remapaz foi criada pela dupla no fim de 2014, e já empregou ex-militantes das Farc, das AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia, paramilitar), vítimas que perderam familiares no conflito armado, pessoas que foram expulsas de suas terras por guerrilheiros ou paramilitares e até mesmo civis sem qualquer relação direta com o conflito, que durou 50 anos no país e agora encontra-se em processo de finalização após o acordo de paz firmado entre a guerrilha e o governo.

"Esta é uma grande experiência porque temos todos os lados do conflito em um mesmo lugar. Damos oportunidades a eles de trocarem conhecimento e criarem laços de amizade e principalmente de reconciliação", diz o ex-militar.

Hoje a empresa, que foi criada com o apoio da agência governamental de reintegração e instalada na cidade colombiana de Acacías, tem quatro funcionários: um desmobilizado da guerrilha, uma desmobilizada, uma deslocada pelo conflito e um civil. Todos os dias, todos conversam pelo menos por cinco minutos antes de começarem a trabalhar --nunca sobre o passado, sempre sobre o presente e o futuro, contam o ex-guerrilheiro e o ex-militar, que conduzem as conversas.

Trabalho artesanal e criativo faz mágica com pneus usados.
A equipe já foi maior, mas precisou ser reduzida neste ano com a queda das vendas, provocada pela crise econômica. Eles produzem mesas e cadeiras para jardins, objetos decorativos e até mesmo brinquedos com os pneus. E depois que uma TV local fez uma reportagem sobre a parceria da dupla, as vendas aumentaram.

Os sócios garantem que nunca tiveram problemas com nenhum cliente. "Não tivemos nenhum tipo de rechaço ou preconceito porque somos desmobilizados e um ex-militar. Todos nos dão as mãos, nos parabenizam pelo que estamos fazendo pela paz e pelo meio ambiente", diz Ordoñez.q
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Sólo se trata de respirar

domingo, 9 de abril de 2017


Aprende a controlar tus emociones


A veces 
todo lo que necesitamos 
es detenernos, 
respirar profundo 
y hacer silencio. 
Y, poco a poco, 
todo se reordena.





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La diferencia luminosa de las minorías

quarta-feira, 5 de abril de 2017


“Aún cuando se encuentre en minoría, 
la verdad seguirá siendo la verdad
-Mahatma Gandhi-
* Por Cristina Roda Rivera

Ser raro o pertenecer a una minoría, puede resultar de lo más saludable. En una sociedad en la que formar parte de la masa no permite que el ser humano avance racional, emocional y culturalmente, ser parte de una minoría no es un síntoma de fracaso social. Muy al contrario, ser parte de una minoría te hace parte de la sociedad como individuo de una manera autónoma y relevante, algo que la gente que integra “la gran manada” no puede siquiera plantearse.

Cuando seguir las reglas es perpetuar la injusticia, mantener las tradiciones es cultivar lo obsoleto y socializar es topar frontalmente con un sentimiento de vacío, frenar la marcha y cambiar de dirección no es una locura. Es más, podríamos decir que es un signo de lucidez mental y en algunos casos de coherencia entre acciones y pensamientos.

Formar parte de una minoría no es apartarse de la vida de los demás, del mundo. Pertenecer a una minoría y ser selectivo con las personas con las que te relacionas es tomar fuerza, perspectiva y determinación, con el objetivo de promover cambios positivos en la sociedad en la que vives.

Brujas, locos, marginados
Moscovici, Lage y Naffechoux (1969) realizaron un experimento que demostró que bajo determinadas condiciones es posible que una minoría influya sobre el criterio de la mayoría y eso se puede dar gracias a dos factores principales: la consistencia a través del tiempo de sus opiniones y por la unión del grupo alrededor de sus planteamientos.

La tarea consistía en determinar el color y la intensidad luminosa de una serie de diapositivas que en realidad eran todas azules. En la condición de minoría consistente, los cómplices del investigador respondían “verde” en todas las ocasiones, lo cual les hacía ser totalmente consistentes en su opinión. En la condición de “no consistencia” respondían “verde” solo en 24 ocasiones. En la condición de control los sujetos eran todos ingenuos.

Cuando el comportamiento de la minoría es consistente, los sujetos de la mayoría contestaron “verde” un 8,42% de las veces y un 32% mencionó en alguna ocasión el color verde. Esto demuestra que la influencia de la minoría en la mayoría es clara cuando se percibe consistencia y seguridad en su postura.

Lo que hoy disfrutamos como un derecho o como un adelanto científico fue promovido por personas a las que llamaron brujas, locos, desestabilizadores del orden social o marginados. Las minorías normalmente son el origen de la savia nueva de la que nacen los grandes cambios y que regenera, que se adelanta a sanar un ciclo social que va apuntando síntomas de ocaso.

Desde el campo de la ciencia, el arte o del activismo por una verdadera conciencia social, los “raritos” de este mundo intentan que despertemos y que reflexionemos antes de descartar sus ideas e ignorarlas. Al mismo tiempo, nos hacen mirar alrededor con ilusión, nos hacen creer en la utopía y nos recuerdan que nuestro poder va más allá que el de seguir la inercia que marca el consenso.

Las minorías transforman
La diferencia entre una minoría inquisidora y una minoría transformadora es la motivación que persiguen con el cambio. La primera busca el poder sobre los que considera “los otros” y la segunda busca el poder de transformar la sociedad para que los “suyos” y los “otros” vivan de una mejor forma su vida.

La minoría inquisidora busca imponer sin que tenga lugar un verdadero debate científico y social, busca subyugar al resto por medio de la imposición y nunca de la reflexión. Las minorías transformadoras nunca ganan el pulso de poder porque nunca quieren entrar a formar parte de él. Nadie los erige como héroes, pero la sociedad los necesita.


Así, es importante saber que si te llaman extraño o raro, puede que eso esconda la llave para solucionar la ignorancia que los demás demuestran. Antes de culparte y deprimirte porque el resto no te entiende, tienes que hacer una gran labor de introspección contigo mismo y entender que defender tu forma de vida es tu forma de estar en el mundo y de inspirar a otros.

Antes de sentirte mal por pertenecer a una minoría, pregúntate que sería de ti por pasar a ser lo contrario. A veces la aceptación del resto, supone el fin de nosotros mismos.q

*Cristina Roda Rivera es psicóloga, especialista Máster en psicología clínica y social.
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